Caiu o diploma de jornalista!


O diploma para exercer a profissão de jornalista caiu em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). É um assunto delicado, delicadíssimo por sinal. Eu, uma jornalista diplomada, vejo vantagens e desvantagens na decisão.

Acredito que a principal mudança será nos nossos bolsos (nós, jornalistas). O salário, que já não é grandes coisas, vai ficar menor ainda. Pode ter certeza! Se qualquer um vai poder exercer a profissão, fica mais fácil barganhar. Uma pena para nós. Haverão também menos vagas, uma vez que aumentará consideravelmente o número de jornalistas.

Quanto à sociedade, creio que haverá um ganho. Houve um tempo em que jornalista era uma pessoa inteligente, bem informada, inteirada dos assuntos sociais, culturais e intelectuais. Ele era atento aos passos dos políticos e preocupado em fiscalizar situações que interferissem no bem estar geral. Houve um tempo…..

Hoje, vemos muitos diplomas e poucos jornalistas. O diploma é mais recente que a profissão e podemos ver claramente na história que quem realmente se mobilizou por grandes causas foram justamente jornalistas sem diploma. Quantos foram presos? Quantos torturados? O mais importante: não foi necessário diploma para a mobilização da classe em prol de assuntos de interesse geral.

A votação que decretou o fim do diploma estava prevista há um bom tempo e eu não vi nenhum jornalista em passeata, não vi jornalista em greve, não vi jornalista mobilizando nada. Se o jornalista não tem forças nem mesmo para lutar por questões que o atingem diretamente, imagine em benefício da sociedade. Por isso acontecem tantos absurdos no Brasil e o jornalista continua de braços cruzados. Uma vergonha!

Portanto, a queda do diploma vai exigir que jornalistas, diplomados ou não, assumam seu papel de vigilância e quem sabe volte a existir, o que há muito não há, o quarto poder.

3 comentários:

  1. O fato de não fazer passeata não quer dizer que a classe jornalística não se importa com o fato. Isso vai em questões sociais contemporâneas, o individualismo pós-moderno vigente. Diploma nunca foi significado de um bom jornalista. Mas um bom profissional sempre busca conhecimento. E a faculdade, para quem se interessava, dava uma bagagem intelectual, ética e científica sem comparação.
    Mas agora, na prática, quem vai gastar R$ 40 mil com isso, se não é necessário por lei? Vai ser uma pena.
    Mas como diz o benny: "Os tempos românticos do Jornalismo já se foram. O Jornalismo mundial está em outro nível, extremamente profissional, rápido, ágil, tecnologicamente avançado, e que exige, portanto, conhecimentos especiais para bem exercer a função".

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  2. Não acredito que para construir uma bagagem intelectual seja necessário frequentar uma faculdade de jornalismo. Existem pessoas muito mais interessantes sem o diploma de jornalista.
    E para quem quiser construir um conhecimeto técnico, os meios vão estar disponíveis. As regras básicas para se construir um texto jornalístico podem ser adquiridas em alguns meses de um "cursinho", já a formação intelectual é elaborada ao longo de anos e isso as faculdades de jornalismo não cobram.

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  3. é isso ai Leticia a lei foi criada durante a ditadura para impedir q intelectuais nao jornalistas escrevessem materias contra o regime militar, não é isso?

    Brassiilliill super campeão mundial em 1970

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