Estandarte do Sanatório Geral
"Refugiei-me na doideira, porque a razão não me bastava." Clarice Lispector
Tempo, tempo...
Para Francisco
Para mim, meu filho não tem defeito, não tem passado, não tem futuro. Meu filho é o meu anjo, de mais ninguém. É minha voz que ele conhece e as cantigas que eu canto que o embalam.
Para mim, meu filho é o que sempre foi: um sonho. Um sonho forte, como o brilho de uma estrela, que irradia mesmo após o fim de sua existência. Brilha, meu filho. Brilha que a mamãe tá te vendo.
Chora, Izadora!
O vizinho da casa de muro com a minha tem uma Golden. Linda! Quando mudamos para cá, era filhote. Colocava a carinha, curiosa, pra olhar para a minha casa. Se chama Izadora. Não que eu conheça os vizinhos. Vejo os pouco, mas escuto as vozes. E quando se comunicam com a Izadora é sempre audível. "Cala a boca, Izadora". "Fica quieta, Izadora". "Você é chata, Izadora". Nunca os vi passeando na rua. Nunca notei brincadeiras com a Izadora. Nunca ouvi um "vem cá, Izadora".
Outro dia, Elvis, que adora fucinhar o portão, apareceu com um carrapato, já morto, mas ainda na pele. Aumentei a dose do remédio. Encontrei na Nazaré também. "Mas, gente!!! De onde que tá surgindo esses bichos"? Eu sou zelosa, meus cães estão sempre limpos, vacinados, vermifugafos e recebem aplicação mensal de anti-pulgas e anti-carrapatos. Aí descobri. Vem da Izadora. A pobre, que parece até ter pedigree, se coça bastante. Vi pela janela. Problema pra ela e pra mim.
E agora, ela deu pra chorar. A madrugada inteira. Chora, arrasta panelas, chega a uivar. Nazaré, este doce, fica solidária e chora junto, baixinho. Talvez por ter vindo de um centro de zoonose, conheça o frio e a solidão. E eu olho para os meus três vira-latas deitadinhos, cada um com sua cama, sua cobertinha, dentro do meu quarto, claro, e com os pelos saudáveis, a ração de primeira e muito amor e penso: a vida não é justa. E o sofrimento não pergunta qual é a sua raça. Ele chega e toma conta. Chora, Izadora. Mesmo que você atrapalhe o meu sono, chora. Eu te entendo.
Feliz 2013
Acredito que o ano que acaba vai embora sempre levando as inhacas energéticas que a gente não quer mais, basta a gente querer deixar pra lá, pois tem muitos agarrados em carmas, acreditando que Deus quer isso.
E acredito que a cada novo ano temos mais um monte de oportunidades para manter o que queremos, conquistar o que desejamos e descobrir outras coisas que queremos jogar fora.
Amo reveillon! Que seja feliz quem merce ser! Eu mereço!
Amor de dentro pra fora
E se?
E se nenhum beijo de amor tivesse calado a razão? E se nenhum sonho tivesse sido o motivo do caminhar? E se nenhuma gargalhada tivesse escapado dos lábios? Os dias seriam mais curtos; as horas, mais monótonas; os casos, menos interessantes e os olhos com menos brilho.
Perdi o meu medo da chuva
Pedofilia? É mentira!
Videochat sobre adoção de animais
Animal não é brinquedo
Todo mundo adora um animalzinho de estimação. São fofos, dengosos e lindos. Mas não é só isso. Animais são seres que exigem certas responsabilidades que nem todos desejam ter. Todo bicho precisa comer, beber água e "ir ao banheiro". Todo animal necessita de atenção, de um ambiente limpo e de cuidados veterinários.
Na empolgação de ter um bicho de estimação, as pessoas não pesam os gastos financeiros e emocionais que um animal requer. E, por isso, é uma atitude séria e madura adotar um peludinho. Já pensou em onde deixá-lo quando precisar viajar? Já calculou os gastos previsíveis, com vacinas e rações, e os imprevistos que podem surgir? Já pensou que terá que ensiná-lo a fazer suas necessidades em um local específico e que você precisará limpar?
O número de animais abandonados pelas ruas das grandes cidades só aumenta. E engana-se quem acha que somente os vira-latas ficam por aí, sem um lar. Estudos apontam que a maioria das pessoas que abandona seus animais, comprou e pagou caro por uma determinada raça e que, depois de notar o quanto o bicho depende dele, resolve abandonar. O abandono aumenta ainda mais em períodos de férias. Alguns proprietários de clínicas veterinárias e pet shops relatam, inclusive, casos de pessoas que deixam o bichinho para tomar banho e não voltam nunca mais para buscar.
Em tempos de datas festivas (Dia das Crianças, Dia dos Namorados, Natal...) encontramos com frequência anúncios com ofertas de animais para serem adquiridos como presentes. Não faça isso! É de extrema irresponsabilidade presentear alguém com um animalzinho sem ter a certeza de que essa pessoa deseja ter essa responsabilidade. Cada espécie e raça vive por um período de tempo, e a média de idade de um cachorro, por exemplo, é de 13 anos. Um animal de estimação é como um filho que nunca cresce. Ele dependera de você para sempre.
Então, se você pretende ter um mascote, analise todos os contras, pois os prós são garantidos, mas somente para quem quer vivenciar a alegria de ter um animal integralmente.
Eu queria ser professora
A intimidade de um drama
Participar das sessões de análise de outra pessoa, desfrutando de seus medos, segredos e traumas, pode ser, ao mesmo tempo, constrangedor e excitante. O livro "Identidade Roubada", da canadense Chevy Stevens, publicado no Brasil pela editora Arqueiro, oferece ao leitor a oportunidade de experimentar a sensação de acompanhar os relatos de um paciente na cumplicidade do divã.
Narrado em primeira pessoa, "Identidade Roubada"relata a história de uma jovem corretora de imóveis que, ao atender um possível cliente, é sequestrada e, durante um ano, é mantida em cativeiro em um chalé no alto das montanhas, sendo submetida a torturas e abusos. Com uma narrativa forte, Annie O’Sullivan, a protagonista, vai desenrolando a história diante de sua terapeuta com tamanha intensidade, ao ponto de fazer o leitor manter a respiração suspensa em vários pontos da trama.
A narrativa da vida em cativeiro, sob os domínios do psicopata, é apenas um das questões atraentes do romance. Indo além disso, o ponto alto de "Identidade Roubada" está nos fatos revelados ao longo do livro e no mistério que envolve o sequestro. Mesmo após conseguir escapar de seu algoz, Annie não se sente livre e acaba desenvolvendo comportamentos compulsivos. Intercaladamente à descrição dos fatos sofridos no período do cativeiro, ela revela que tem um passado comprometido por uma tragédia familiar e situações afetivas mal-resolvidas. Todos esses elementos compõem uma atmosfera de suspense narrativo, num enredo alimentado por surpresas e por um forte componente emocional.
A autora costura de maneira eficaz os fatos e, a cada página, intriga e prende o leitor. Além disso, Chevy realiza a construção dos personagens com muita competência e as características marcantes permitem a identificação das figuras dramáticas com bastante riqueza de detalhes. Nos últimos capítulos, com o avanço das investigações policiais sobre o sequestro, o livro torna-se ainda mais envolvente. Os fatos são bem amarrados e o desfecho é surpreendente.
"Identidade Roubada" é o romance de estreia de Chevy Stevens. A autora trabalhou como agente imobiliária e, nos momentos em que esperava por clientes para visitar os imóveis, passou a imaginar o que poderia acontecer com ela. Durante esses momentos, imaginou a possibilidade de um sequestro. Nascia aí a história que foi vendida em mais de 20 países até agora e tornou-se best-seller na Alemanha e nos Estados Unidos.
A resenha foi publicada no caderno Magazine, do jornal O TEMPO, em 27/08/2011. Leia aqui
Intolerância, a pior das armas
Doce lembrança
Saboreie os pequenos acontecimentos como se fossem eventos.
Celebre as pessoas de todos os dias, pois, um dia,
elas não estarão mais presentes em
Tenha essa noção sem amargura, mas plante a semente
da nostalgia agradável que irá
vivenciar posteriormente para que essa lembrança
não se torne um peso
de remorso de quem teve e não soube aproveitar.
O abraço que eu nunca esqueci
Muitos não têm a sorte de conviver com suas avós. Alguns, por força da vida, outros, por escolha. Não julgo, apenas lamento a triste decisão desses que abrem mão do aconchego mais doce que alguém pode conhecer. Eu convivi, saboreei, abracei, beijei, confidenciei. Usei e abusei de minha avó até os últimos instantes de sua vida. Nossa convivência foi longa e intensa, mas a saudade que sinto me leva a pensar que poderia ter estado ainda por mais tempo ao seu lado. A dor de sua ausência só não é maior do que o amor que sinto. Minha vovó, quanta saudade! Pensar que ela hoje se tornou um anjo que está constantemente ao meu lado é um alento. Embora eu mesma não acredite nisso, conforta-me pensar assim. E, afinal, é o que me resta.
Se eu pudesse dar um conselho, entre tudo que eu pudesse dizer, eu diria: aproveitem suas avós!