Quem sou eu?


Não levo desaforo para casa. Não mesmo! Peito qualquer um, falo alto, dou o troco e, muitas vezes, apelo para o palavrão. Brava, durona, segura e com respostas na ponta da língua. Sou assim! Sou? Aparentemente sim. A qualquer um que perguntar, obterá as respostas acima. Mas nem sempre foi assim. Era uma menina tímida, apanhava na escola, não tinha coragem de expor opiniões. Vontades, tinha muitas, mas não ousava pronunciá-las. Não só me sentia inferior, como, verdadeiramente, era.

Não sei dizer quando o subconsciente trocou de lugar com o consciente. Pois, quando penso em mim, quando me imagino, ainda sou aquela menina boba. Mas quando lembro de mim na infância, eu me recordo com muita clareza da fera enrustida que, em bote, esperava a hora de atacar. Eis a grande confusão. Será que sou uma mulher boba tentando me defender com extravagantes gestos ou era uma menina esperta que escondia a verdadeira face por traz da cara de medo? 

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