Quem depende do transporte público sabe a aventura que é embarcar e permanecer em um ônibus municipal. Pessoas se acotovelam, se espremem e mal sobra espaço para colocar os dois pés no chão. Quem consegue um espaço para viajar sentado pode se sentir com sorte, pois os ônibus não atendem de maneira eficiente a população dos grandes centros urbanos. As leis obrigam o uso de cinto de segurança em carros particulares, uma nova lei, inclusive, estipula cadeiras específicas para cada idade de uma criança que trafega dentro de carros privados. No entanto, não há lei que proíba o pau-de-arara urbano.
Será mais perigoso andar sentado em um carro sem cinto de segurança ou ir pendurado em um ônibus? Os ônibus municipais terão cadeirinhas especiais para crianças de até 10 anos, como está sendo exigido de seus pais para transitarem com elas dentro de carros? Sou totalmente a favor do uso do cinto, mas sou absolutamente contra a hipocrisia em qualquer de seus âmbitos. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, o uso do cinto de segurança pode reduzir em até 75% o número de mortos e feridos em um acidente de ônibus. Porém, não ouvimos falar em medidas nem a curto, nem a longo prazo sobre mudanças no transporte público urbano para garantir segurança e conforto.
O valor de uma passagem de um ônibus municipal varia entre R$ 2,30 e R$ 2,80 nas principais capitais do Brasil. O valor sofre reajustes constantes e o pacato cidadão nada faz, além de pagar e viajar apertado dentro de um ônibus, chegando muitas vezes ao seu local de trabalho cansado, suado e mal-humorado. Falta mais questionamento e pressão por parte da população para que não apenas seus deveres sejam cumpridos, mas também seus direitos.
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